segunda-feira, 14 de maio de 2012

Quanto custa colecionar Disney?



Essa matéria “começou” de um modo inusitado. Ao ver um anúncio no ML com a coleção completa de Pato Donald a mais de R$ 100.000,00, comentei com minha esposa, que me perguntou imediatamente: vc já tem uma pequena fortuna em gibis? Eu chutei um valor lá pra ela e depois me toquei que talvez tenha muito mais... pensei então em tentar trazer algumas informações sobre o valor gasto pelos colecionadores em gibis, ao longo do tempo. 

Assim, comecei esse meu “estudo” analisando o quanto um colecionador gastou em quadrinhos Disney pela Abril, nos últimos 04 anos. Os resultados mostram a evolução desses quadrinhos, e confesso que não me surpreenderam. 

Considerando apenas os quadrinhos tradicionais da Abril, vê-se um claro aumento no número de títulos e totais gasto a cada ano, evidenciando a evolução da linha no último quadriênio. Os números apresentados para 2012 são equivalentes ao mínimo já confirmado (Essencial Disney, especiais até Disney Futebol 2012, Mega Disney e Disney Jumbo #2), considerando que as linhas já existentes (6 mensais, almanaques bimestrais e semestrais, Disney big e férias/extras, além do Natal Disney de Ouro) não sejam canceladas.


 

 

Dividi então as revistas Disney em 07 grupos para tentar evidenciar que grupos mais contribuem para depenar o preço do consumidor. São eles:

1 – Tijolos – Revistas grandes de republicações – Disney Big, Mega Disney e Disney Jumbo.
2 – Mensais – As 6 mensais existentes mais Aventuras Disney.
3 – Almanaques
4 – Férias/Extras
5 – Especiais e temáticos – Incluem-se nesse grupo Natal Disney de Ouro, especiais de personagens (Escoteiros mirins, Superpato, Donald Duplo), especiais comemorativos (Paul Murry) e especiais temáticos (Disney Futebol 2012, A História de Patópolis), incluindo minisséries (Disney Gol), dentre outros (Epic Mickey).
6 – Coleções especiais – Inclui coleções com muitos volumes. Nestes 5 anos tiveram essa característica PFH, CLD, OMD e Essencial Disney.
7 – Extintas não mensais – Revistas que tinham periodicidade definida e não se enquadravam em nenhuma das categorias acima, tendo sido canceladas. Até o momento, tem-se nessa categoria Minnie Pocket Love, Pura Risada e Disney Gigante.

O gráfico abaixo mostra o preço por ano de cada grupo, permitindo que o leitor possa concluir algumas coisas:



                a)  Há um incremento na linha de gibis grandes com republicações, que, devido ao baixo custo de produção, pode trazer um lucro significativo. Esse lucro pode ajudar a editora a subsidiar outros lançamentos. 

               b)  Baseado no sucesso de CLD, o ano de 2011 trouxe o mesmo montante de gasto em coleção especial ao consumidor.  Apenas no primeiro semestre de 2012, o gasto nesse tipo de material atinge 2/3 do gasto em 2011. Deve vir mais por aí.

               c) Depois de uma curva descendente entre 2008 e 2010, devido ao cancelamento de Aventuras Disney em meados de 2009, o número de mensais vem subindo, com a inserção de Pateta e Minnie. Tá faltando a assinatura delas...

               d) Em 2010 e 2011 a Abril tentou introduzir novas revistas, que não vingaram. Desde o primeiro semestre de 2011 o pensamento parece ser outro, e “revistas teste” tiveram seu espaço reduzido. Aparentemente, as novas mensais e os almanaques foram considerados como investimentos mais rentáveis pelos responsáveis pela linha.

           e) Os almanaques já correspondem a um certo montante de gastos do consumidor, e tendem a contribuir mais em 2012. Caso não haja aumento ou cancelamento, quase R$ 200,00 podem ser gastos com esse grupo, que traz material de alta qualidade a um preço bem legal. Talvez já caiba uma assinatura...

          f) Os especiais, que começaram em 2009 mas ficaram em stand by no ano de 2010, devido ao lançamento de CLD, foram bem retomados em 2011, e, em uma previsão realista, em 2012 devem alcançar um patamar maior em termos de peso no total de quadrinhos Disney lançado durante o ano.

Em 2011, a distribuição de quadrinhos por grupo (em termos de preço) foi a seguinte:

 

Em 2011, a distribuição de quadrinhos por grupo (em termos de número de edições) foi a seguinte:


Os gráficos mostram que os grupos de coleções e mensais, em 2011, tiveram um valor equivalente a 60% do valor total da linha. Em termos de números de edições, os dois grupos juntos mantiveram um percentual alto, de 62%. Assim, dos R$ 850,60 que a linha lançou em 2011, R$ 505,40 foram através desses dois grupos, que totalizaram 92 das 148 edições lançadas no ano.

Os almanaques, especiais temáticos e republicações corresponderam a pouco mais de 10% da linha (em termos de preço) cada.

Um outro dado interessante é o peso, em número de edições, daqueles grupos com preço baixo. O grupo de férias e extras, com revistas de R$ 1,95, equivaleram a 10,8% das edições lançadas no ano. Assim, aproximadamente 1 a cada 10 gibis Disney lançados pela Abril tem um custo bastante baixo, o que contribui para o aumento de leitores eventuais, principalmente crianças.

Os grupos de mensais e almanaques são outras com preço baixo: R$ 3,34 e R$ 4,95 por edição, aproximadamente. Juntos, esses três grupos correspondem a 2/3 do número de edições lançadas no ano (100 de 148).

Para aquele consumidor que prefere muitas páginas por um preço mais justo, o grupo que denominei “tijolos” supre essa demanda. As revistas Disney Big e Disney Jumbo, com suas mais de 2.000 páginas lançadas em 2011, saem a um preço bem convidativo, com um preço que varia de 3 a 4 centavos de reais por página. Um outro lançamento da Abril, já em 2012, é Mega Disney, que terá 800 pgs de quadrinhos a R$ 19,95 (custo de 2,5 centavos por página).

Trarei futuramente um estudo mais elaborado sobre isso, mas para se comparar, a linha Disney tem revistas com preços que variam de 2,5 até 10 centavos por página.

Pois bem, considerando apenas a Abril, um colecionador que comprou tudo que saiu apenas da linha tradicional (sem Pixar, que será analisada em outro post) gastou R$ 2.182,45 entre 2008 e 2011. Muito dinheiro, pouco dinheiro, o que os fãs acham?

Considerando apenas o que já está confirmado, o consumidor gastaria, em 2012, R$ 789,25. Isso já equivale a 93% do que foi gasto em 2011. 

Vamos a uma breve simulação: os grupos de almanaques, mensais e tijolos farão o consumidor gastar R$ 131,70 a mais, NO MÍNIMO, em relação a 2011. Desconsiderando R$ 30,85 das extintas em 2011, e considerando o mesmo gasto em especiais, coleções e férias/extras de 2011, teríamos que gastar R$ 951,45 em 2012. Ora, nessa simulação teríamos apenas R$ 98,50 a gastar com coleções e R$ 63,70 com especiais no segundo semestre. Isso parece pouco perto do que esses grupos parecem ter para oferecer esse ano, de acordo com entrevistas do editor, Paulo Maffia, no fim de 2011 e início de 2012.

A meu ver, só uma coisa pode nos tirar a chance de poder comprar R$ 1.000,00 em 2012 apenas na linha de quadrinhos tradicionais Disney lançada pela Abril: a SETORIZAÇÃO, que já está fazendo as vendas caírem... mas isso é assunto pra outro post.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A evolução dos quadrinhos Disney no Brasil ( 2008-2012) - Parte 2


A evolução dos quadrinhos Disney no Brasil ( 2008-2012)
Parte 02 – OS DADOS

                A impressão que se tem é que o mercado realmente mudou, e que os quadrinhos Disney estão mais presentes às bancas e às nossas coleções. Mas, quantitativamente, o que mudou? Temos mais páginas, mais inéditas, mais republicações, mais gibis? E aquela história de rerererererererererepublicações, bate ou não?
                Os dados aqui apresentados foram contabilizados a partir das informações do banco de dados Inducks. Tentou-se contabilizar todas as páginas de quadrinhos Disney publicadas pela Abril nesses 04 anos de estudo, sempre buscando estabelecer uma comparação entre inéditas e republicações.
O foco é nos personagens tradicionais, mas também se incluiu na análise as revistas de quadrinizações da Pixar lançadas pela editora em 2011: Toy Story, Carros e Os Incriveis, além do especial Piratas do Caribe.
                Ainda fazemos uma breve comparação de dados quando se inclui as 3 linhas que a Editora On Line lançou em 2010 e 2011: Disney Cinema em Quadrinhos, Disney Filmes Clássicos em Quadrinhos e Disney Filmes em Quadrinhos (incluindo seus três especiais).
                Deu-se quatro diferentes enfoque à análise:
  1. A relação entre inéditas e republicações em 2011. 
  2. A variação dos totais publicados, inéditas e republicações no período 2008-2011. 
  3. O peso das coleções especiais nas publicações Disney brasileiras.
  4. O peso das mensais
Antes de apresentar os resultados, eu apresento as considerações que foram feitas na contabilização de páginas:

                - Mensais: Considerou-se 50 páginas de quadrinhos inéditos mensais para Pateta, Minnie, Pato Donald e Mickey e 80 para Tio Patinhas, além de 50 de republicações para Zé Carioca. Para as mensais, eu não verifiquei edição por edição se eram, por exemplo, 48 ou 52 páginas de quadrinhos, como já aconteceu em algumas revistas.

- Disney BIG, Férias e Extras: Considerou-se 300 páginas de republicações por edição de Big e 30 de Férias e Extras.

- Almanaques: Considerou-se 80 páginas de republicação por edição.
- CLD, Disney GOL, Minnie Pocket Love, Pura Risada, Disney Gigante, Donald Duplo, Epic Mickey e demais especiais:  Contabilizou-se quantas páginas realmente tinha de inéditas e republicações em cada edição.

- Disney Jumbo e Natal Disney de Ouro: Contabilizou-se quantas páginas realmente em cada edição, todas republicadas.

- Pateta faz História : Contabilizou-se quantas páginas realmente tinha de inéditas e republicações em cada edição. Aquelas histórias que tinham saído apenas em inglês no Brasil (com encarte preto e branco com tradução) foram consideradas INÉDITAS.

- Edições da On Line : Contabilizou-se apenas o número de páginas das HQs. Quando não se tinha essa informação no Inducks considerou-se 44 páginas. Todas as HQs eram inéditas.

                Alguém tem idéia de qual a relação entre inéditas e republicações em nossos gibis ultimamente? Alguém sabe como isso vem mudando com o tempo? Qual o peso das coleções CLD e PFH nessa relação? E das mensais? Isso e muito mais é discutido a partir de agora, com os resultados do estudo.


Enfoque 01 – O ano de 2011

                Em 2011, a editora Abril publicou cerca de 12.500 páginas de quadrinhos Disney “tradicionais”, ou seja, aqueles que saem comumente nas mensais, Big e demais revistas, o que exclui aquelas revistas especiais publicadas relacionadas à Pixar e a Piratas do Caribe.
                Excluindo, em um primeiro momento, as edições Disney Big e Disney Jumbo, que trouxeram 2.008 páginas de republicações, temos um resultado que a princípio parece surpreendente: as inéditas respondem por 54,2% das páginas publicadas (5.680) contra 45,8% de republicações (4.797), uma diferença de 883 páginas, valor próximo a todas as páginas publicadas em Tio Patinhas no ano (960).
                Ao se incluir Disney Big e Disney Jumbo na lista, perfazemos um total de quase 12.500 páginas de quadrinhos tradicionais publicadas pela Abril em 2011. As republicações agora responderiam por 54,4% das páginas (6.797, mais de 1.100 páginas que as inéditas).
                Juntando os dados de Piratas do Caribe, Toy Story, Os Incríveis e Carros, tem-se ainda um total de republicações maior (6.797 x 6.030 páginas). No total, a Abril então publicou, nas edições estudadas, 12.835 páginas de quadrinhos em 2011, com 53% delas sendo de republicações.
                Ao incluir no estudo os dados da On Line editora e suas quadrinizações, tem-se um total de 13.709 páginas, e uma “surpresa”: SAIU MAIS COISA INÉDITA QUE REPUBLICADA em 2011!!! O total de inéditas passa a ser de 6.904 páginas (50,4%), contra 6.797 de republicações.



O gráfico apresentado mostra os números da pesquisa. Denominou-se “Trad1” as tradicionais sem DB e DJ, “Trad2” todas as tradicionais Abril, “Abril” a junção de tradicionais com Pixar e outras e “Abril + On Line” a inclusão de revistas da On Line à análise da Abril.


Enfoque 02 – Inéditas x Republicações no período 2008-2011

                Consolidando os dados apenas das revistas “tradicionais”, tem-se, como apresentado, que as republicações corresponderam a 54,4% das páginas publicadas pela Abril em 2011, graças, em especial, à grande contribuição de DB e DJ a esse total.
                No ano de 2010, porém, as inéditas corresponderam a 51,5% das páginas, graças, em especial, à coleção Clássicos da Literatura Disney (CLD), que será enfocada no próximo tópico. O total de páginas inéditas em 2011, porém, é maior que em 2010 (5.680 x 5.271), um acréscimo um pouco maior que 7%. Com relação às republicações a evolução é bem visível: 6.797 x 4.958 páginas, um acréscimo de 37% em relação a 2010. No total, em 2011 foram publicadas 22% a mais de páginas pela Abril que em 2010 (12.485 x 10.229).
                Em relação aos números de 2009 a evolução é bem mais assustadora: no citado ano, praticamente metade das 5.195 páginas foram de inéditas. Com relação às inéditas, a evolução de 2009 a 2011 foi de 118% a mais de páginas publicadas. No total, o acréscimo foi de 140% (12.485 x 5.195).


 Pode-se dizer que a editora tem valorizado mais as republicações e negligenciando as inéditas em 2011, com relação a 2010? O acréscimo de um pouco mais de 400 páginas de inéditas, e em contrapartida um aumento de quase 1.900 de republicações, é bom?
Tudo tem uma resposta: depende.
O acréscimo da linha de almanaques aos quadrinhos Disney regulares valorizou as republicações sim, mas republicações clássicas, de ótima qualidade. Além disso, DB está cada vez mais tentando trazer HQs mais históricas, fazendo com que mesmo as republicações sejam maravilhosas opções de leitura.
Em contrapartida, o acréscimo aparentemente pequeno de inéditas em 2011 se deve ao fato da coleção CLD, que foi publicada 75% em 2010, trazer muitas HQs nunca antes lidas no Brasil, o que fez com que o número de inéditas em 2010 fosse estupendo. Essas informações serão analisadas no terceiro enfoque, que trata da importância das séries especiais como PFH e CLD.


Enfoque 03 – O peso das coleções especiais

                Após o fim de “O Melhor da Disney – As obras completas de Carl Barks”, em 2008, a Abril descansou um pouco desse tipo de coleção em 2009 e voltou com tudo em 2010, apresentando Clássicos da Literatura Disney (finalizada em 2011). Em 2011, foi a vez de Pateta faz História.
                O questionamento que se faz é: o que essas coleções agregam para os fãs Disney, com relação ao total de HQs publicadas em um ano? E mais, será que boa parte das inéditas em determinado ano vem delas? A resposta é um sonoro SIM!!!
Apresento primeiro o gráfico de totais publicados nas coleções estudadas (OMD em 2008, CLD em 2010 e CLD e PFH em 2011) em relação às outras publicações (denominadas “regulares e edições especiais”, para deixar claro que contempla todas as outras revistas publicadas no ano.


                               
A partir das informações do gráfico acima vê-se que em 208 a coleção OMD, em sua fase final, correspondeu a 26,4% das páginas publicadas naquele ano, total próximo ao do ano que passou, 2011, quando PFH e CLD foram responsáveis por 25,8% das páginas publicadas. O número em 2010 é ainda mais assustador, e pode-se dizer que foi crucial para a boa retomada dos quadrinhos Disney no Brasil: 42,3% das páginas publicadas estiveram nessa coleção!!!
E com relação às inéditas, isso é o que vale, diriam alguns... Vejamos o gráfico a seguir então:


               
Uma olhada rápida no gráfico nos permite tirar muitas conclusões, não é caro amigo? A fase final de OMD correspondeu a apenas 4% das inéditas de 2008, mas CLD trouxe simplesmente 54% das inéditas de 2010, ou seja, se não fosse essa coleção teríamos menos da metade de inéditas (páginas) publicadas em 2010. Em 2012, 31% das inéditas vieram de coleções desse tipo (PFH e CLD).
Um último adendo ao estudo é mostrar o peso das mensais nas inéditas de determinado ano, afinal, são as mensais, a meu ver, que precisam ser o reflexo de qualquer análise a fim de avaliar se o mercado Disney é estável e lucrativo, e por isso, o fortalecimento delas é necessário.


Enfoque 04 – O peso das mensais

                As mensais, pode-se dizer, são as revistas mais importantes no portfólio de publicações Disney no Brasil, afinal, seja em período de baixa seja em período de alta elas refletem, ao diminuir ou aumentar preço/número de títulos/qtd de páginas, aquele momento que os quadrinhos Disney vivem.
                Claro que a análise das mensais não é algo tão simples. O que é melhor? 10 mensais representarem 15% das inéditas publicadas em determinado ano ou 2 mensais representarem 85% desse total? Depende do ponto de vista, mas eu fico com a primeira opção. Por ser bem subjetivo, praticamente apenas levantarei e apresentarei os dados, sem entrar em muitos méritos.
                Usei então os mesmos gráficos do enfoque 03, porém individualizando as mensais, para tentar perceber qual a influência delas nas inéditas de determinado ano.



As inéditas, que aumentam desde 2009 (2.598 páginas em 2009, 5271 em 2010 e 5680 em 2011), vêm sendo fortalecidas com a produção de séries especiais (PFH e CLD) e a publicação de especiais como Disney Gol, Donald Duplo e Disney Gigante, dentre outros. Porém, uma grande parcela das inéditas em um ano são provenientes dessas revistas regulares, o que é algo muito bom.
No gráfico se percebe que a cada ano aumenta o número de especiais com inéditas, o que é ótimo. Além disso, o ano de 2011 publicou um número de páginas inéditas nas mensais recorde no período, com o lançamento dos títulos Disney e Pateta, que melhoraram a estatística em relação a 2010, ano em que, com o cancelamento de AVD em 2009, as inéditas apareceram mais em CLD que nas mensais.
O número de inéditas provenientes das mensais foi de mais de 95% em 2008 (alguns especiais trouxeram inéditas) e 2009 (apenas OMD trouxe inéditas além das mensais) e de 41% em 2010 (influência do cancelamento de AVD e lançamendo de CLD) e 50,4% em 2011 (resultado do fortalecimento das mensais, já que houve muitos especiais também com inéditas).
 
              
Conclusão 
Ao fim do enfoque 02 eu trouxe uma breve análise do que acho: mesmo que às vezes pareça que as inéditas não estão sendo incrementadas no ritmo das republicações (até por terem um custo de publicação aparentemente maior), a evolução da publicação desse tipo de HQ é visível.
Além disso, as republicações apresentadas em 2011, por exemplo, são bem melhores, a meu ver, que aquelas de 2008 e 2009, e mesmo as linhas Disney Extra E Disney Férias têm trazido HQs maiores.
As mensais ainda contam, como se viu, com uma carga importante de participação nas inéditas publicadas em um ano, mesmo que surjam outras opções fantásticas para a publicação dessa linha de HQs, como os especiais como Donald Duplo e Disney Gol e as coleções semanais.



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A evolução dos quadrinhos Disney no Brasil (2008-2012) - Parte 1,5

Durante esses 5 anos, destaco os seguintes blogs, sites e colegas, que com certeza contribuíram muito para a evolução das HQs Disney no Brasil:

Planetagibi Blog - www.planetagibi.net - O blog, de Edenilson Rodrigues e Rivaldo Ribeiro, traz sempre informações atualizadas e matérias especiais sobre o mundo dos quadrinhos, com um destaque especial para Disney. O blog surgiu em março de 2009, e em matéria de Disney traz séries especiais, como os “60 anos bem contados”: http://www.planetagibi.net/search/label/PD60%20Anos . Vale a pena dar uma olhada, sempre.

Universo Disney e Universo Disney 2.0 - http://ludy-quadrinhosdisney.blogspot.com/ -  O blog, do amigo Luiz, entrou no ar em 2009, sempre com matérias apaixonadas onde retrata seu carinho pelos gibis Disney. A segunda edição do blog estreou em 2011.

Blog do Paulo Gibi - http://paulogibi.blogspot.com/    - O amigo Paulo Gibi sempre apresenta as últimas novidades de diversos quadrinhos, dando a sua opinião e resenhando sobre as principais edições.

Socializando - http://socializando2009.blogspot.com/ - Fabiano Caldeira está sempre de olho nas últimas novidades e analisa também os quadrinhos Disney, com ótimas resenhas sobre edições lidas e muito mais.

Edição Extra - http://edicaoextrablog.blogspot.com/ - Matheus Guarany tem um blog bem promissor e legal, mas que infelizmente não foi atualizado nos últimos 9 meses. Destaque para o contato do autor com Don Rosa e a série sobre revistas estrangeiras.

A Patranha - http://apatranhabr.blogspot.com/ - Denis Rodrigues Jr também não atualiza o blog há um certo tempo, blog este que sempre contou com matérias bem legais, como seu top 5 de super-herois Disney.

Submundo HQ - http://submundo-hq.blogspot.com/ - Leo é publicitário e, motivado por vários colegas nas redes sociais, criou esse blog para falar de quadrinhos de (quase) todas as editoras e estilos.

Portallos www.portallos.com – O site, coordenado por Thiago Machuca, que coordena também o fórum Calisota, apresenta diversas matérias sobre os quadrinhos. Havia uma série muito boa denominada Patópolis em Quadrinhos, que será respostada em breve na nova versão do site, o Portallos Exp, que está no ar há pouco tempo.

Fernando Ventura – Fernando tem vários blogs:  http://disneymadeinbrazil.blogspot.com/ , http://inducks.blogspot.com/ e http://fernandoventura.vox.com/, além de ser um dos coordenadores do banco de dados do Inducks no Brasil, juntamente a Arthur Faria Jr. É, ainda, free-lancer para a Egmont, colore histórias para a Abril e é coordenador do projeto que visa a volta da produção nacional de quadrinhos Disney.

Grupo Esquiloscanshttp://blogdosesquilos.blogspot.com/ e www.esquiloscans.com.br .  O grupo, criado em 2004, é composto por uma série de amantes Disney, de todas as idades, que visa preservar a memória dos quadrinhos Disney. Hoje o grupo conta com um acervo de quase 15.000 revistas Disney, de todas as épocas e países.

Site Paperserahttp://www.papersera.net/vilaxurupita/bdc.htm Site com capas de praticamente todas as revistas Disney no Brasil. Ideal para colecionadores ou curiosos.

Portal Inducks  – http://coa.inducks.org/index.php .  O Inducks (International Network of Disney Universe Comic Knowers and Sources),  criado em 1994, é a base de dados virtual que objetiva catalogar todas as publicações e HQs Disney no mundo. No Brasil, o projeto é coordenado por Arthur Faria Jr e Fernando Ventura e utilizado comumente pela própria editora Abril para creditar as HQs publicadas.


Fórum Calisotahttp://calisota.forumeiros.com - O fórum entrou em funcionamento no fim de 2011, substituindo o antigo projetoinducks. Diariamente são travadas discussões sobre os temas mais relevantes nos quadrinhos Disney, do Brasil e no mundo. Vale a pena conferir!

Comunidade Quadrinhos Disney no Orkut –   http://www.orkut.com.br/Main#Community ?cmm=419467 - A comunidade já é antiga, mas ainda atrai muitos participantes., que diariamente discutem sobre as HQs Disney. Vale acompanhar as opiniões lá emitidas nos últimos anos.

A evolução dos quadrinhos Disney no Brasil (2008-2012) - Parte 1

Parte 01 – OS FATOS

Era junho de 2008. Depois de ter ensaiado uma retomada do colecionismo e leitura de quadrinhos Disney em 2004, comprando algumas edições antigas de almanaques e especiais, eu fui analisar a situação atual dos quadrinhos Disney no Brasil, títulos disponíveis e possibilidades de assinatura.
Entrei então no site da abriljovem e outros e tive uma grande decepção: tínhamos 5 títulos mensais regulares em banca (Tio Patinhas, Mickey, Donald, Zé Carioca e Aventuras Disney). Além deles, tínhamos a coleção O Melhor da Disney – Obras completas de Carl Barks, uma iniciativa louvável, fantástica e excepcional, dentre tantas outras palavras que podem descrever essa coleção, que se encerraria em outubro daquele ano.
Fazendo um adendo, eu tinha comprado parte dos volumes de OMD em 2007, assim como a outra a meu ver excelente coleção, que infelizmente teve uma vendagem bem baixa: Mestres Disney. Tinha adquirido também A Saga do Tio Patinhas, de 2007.
Voltando a 2008, mês de junho mais precisamente, percebi que tínhamos uma tiragem reduzida dos gibis mensais, com distribuição setorizada e que várias tentativas anteriores de emplacar títulos de personagens “menores” nas bancas tinham sido canceladas (Urtigão, Pluto, Sobrinhos do Donald, Margarida, Peninha, Pateta e Minnie, essa a mais duradoura e que chegou a chegar na fase que chamarei de “fase das inéditas”.
Vi ainda que várias outras tentativas anteriores da editora não tinham dado certo. Para exemplificar, alguns títulos da década que a meu ver eram muito bons mas não vingaram foram: Pato Donald Extra (2 ed. – 2005), Mickey X e Donald Super (2 ed. – 2003), Grandes Aventuras Disney (1 ed. – 2003) e Novo Disney Especial (13 ed. – 2001 a 2004).
Em 2005, as mensais iniciaram a fase que chamo de “fase das inéditas”. Uma mudança editorial “matou” alguns título, lançou Aventuras Disney, com 80 páginas mesclando republicações e inéditas, e  “reformou” Tio Patinhas (80 pgs), Zé Carioca (50 pgs), Mickey (50 pgs) e Pato Donald (50 pgs), que mantiveram apenas HQs inéditas. Minnie também foi mudada para este formato, mas logo foi cancelada, em 2006.
A distribuição ainda era péssima. Eu morava em Maceió na época e simplesmente não havia QUALQUER gibi Disney na banca. Até OMD era difícil de achar! Para os estados “de fora do eixo” havia edições duplas de 3, 4 meses atrás (ou mais) ao preço equivalente ao preço de capa de uma edição, porém esses pacotes eram raríssimos no meu estado.
Imaginem a situação que eu me encontrava: queria ler gibis Disney atuais, mas não conseguia comprá-los nem nas bancas de minha cidade nem na loja da editora ou outros sites virtuais. Tinha que recorrer ao ML, e, por sorte, em uma das compras me deparei com um grande vendedor, que por algum motivo conseguia me vender gibis que ainda não estavam nas bancas a 50% do preço de capa e frete por sedex grátis. Desta forma, comprei 90% dos gibis da “fase das inéditas” dos gibis regulares e completei as coleções de AVD e OMD.
Mesmo na internet eram poucos os canais em que podíamos entrar em contato com verdadeiros fãs Disney. No início da década havia a comunidade “Quadrinhos Disney” no Orkut, do artista Fernando Ventura, havia também um grupo de discussão no Yahoo, gerenciado pelo Paulo Ricardo Montenegro (responsável pelo site gibihouse (http://www.gibihouse.xpg.com.br/) e contribuinte do fórum gibihouse (http://gibihouse.forumeiros.com/f44-mestres-disney)) e outras iniciativas bem pontuais.
Aos poucos, outros colegas foram criando blogs e apresentando matérias e curiosidades sobre os quadrinhos Disney, que contribuíram e muito para a retomada do gosto do público por esse tipo de leitura. No fim da matéria são apresentados alguns dos blogs que, a editora agradecendo ou não, com certeza contribuíram para despertar a curiosidade de milhares de pessoas pelos quadrinhos Disney.
Voltando ao histórico de evolução das HQS na década, no fim de 2008, de uma maneira bem discreta, surgiu Disney Big, pensada como edição única, trazendo histórias do denominado “arquivo digital” da Abril, ou seja, histórias que já haviam sido recoloridas digitalmente e publicadas há pouco no Brasil. Com 300 páginas a um preço de R$ 12,95, o gibi foi um sucesso, e em 2011 se tornou bimestral, entrando inclusive no pacote de assinaturas de quadrinhos Disney.
Ainda em dezembro de 2008 foram lançadas as edições de Férias (originalmente PD, ZC, Mickey e TP), gibis com 32 páginas e custando R$ 1,95, daquele tipo que a mãe entra com a criança na banca de revista e compra numa boa, por serem baratinhas, estimulando seu filho a ler. Na leva #2 dessas revistas estreou Pateta Férias, e após 3 edições ZC Férias foi descontinuado.
Em setembro de 2009 estrearam as edições Disney Extra!. Da mesma forma que Disney Férias, as edições Extra também foram um sucesso, e contavam com TP, Mickey, ZC e PD em revistinhas de R$ 1,95 e 32 páginas.
Havia um lançamento programado para o início de 2009, Gibiteca Disney, que foi cancelado, talvez tendo sido substituído por Disney Big. Ainda na onda de cancelamentos, em agosto Aventuras Disney foi descontinuada, depois de 48 edições e da publicação de sagas épicas, como “Mágicos de Mickey”, “Dragonlords” e “Donald Duplo”, além da comemoração de aniversários.
Quando muitos pensaram que estávamos no fim do mundo, ops, dos quadrinhos Disney, eis que aparecem vários especiais. O ano de 2009 marcou a republicação de “A História e Glória da Dinastia Pato”, em 2 volumes imperdíveis em formato americano. Houve ainda a retomada de publicações especiais em volume único, com capa cartonada, lombada quadrada e papel offset, com “DuckTales – a Odisséia de Ouro”, “Superpato 40 anos” e “As Grandes Aventuras de Mickey”, esse homenageando os 20 anos da morte de Paul Murry.
Em 2010, os fãs queriam algum tipo de homenagem, uma edição especial em comemoração aos 60 anos do gibi do Pato Donald no Brasil. A edição especial não veio... veio uma coleção, com 40 volumes!!! Clássicos da Literatura Disney parece ter sido um sucesso absoluto de vendas, o que fez a Abril lançar coleções no mesmo formato nos anos subseqüentes. Chegaremos lá...
Ainda em 2010, houve o ressurgimento de um dos melhores gibis Disney: Natal Disney de Ouro, só com republicações. No fim do ano, foram lançados 10 almanaques, aparentemente com o intuito de testar o mercado desse tipo de publicação. Com uma seleção bem legal de histórias, porém com muitos problemas físicos (capa e páginas descolando), as revistas, de 84 pgs, passaram no teste, e foram anunciadas como bimestrais (TP, ZC, PD e Mickey) e semestrais (Margarida, Pluto, Peninha, Pateta, Super-herois e Prof. Pardal) a partir do meio de 2011.
Fechando 2010 com chave de ouro, foi anunciada talvez a melhor das novidades desses 5 anos: a volta da assinatura dos quadrinhos Disney no Brasil.
Duas revistas ainda apareceram em 2010 e 2011, mas não fizeram tanto sucesso: Minnie Pocket Love (164 pgs, 12,5 x 18,5 cm, R$ 7,95) e Pura Risada com o Mickey (68 pgs, 17 x 26 cm, R$ 7,95) não emplacaram e foram canceladas após 3 edições.
Uma outra editora apresentou edições maravilhosas em 2010 e 2011 também. A On Line Editora apresentou três maravilhosas coleções com os clássicos Disney em quadrinhos, que retrataram, no total, 43 adaptações de produções Disney do cinema para os quadrinhos.
Em 2011, mais edições novas, muitos acertos e alguns erros. Tivemos nesse ano:

Epic Mickey – Edição especial de 132 páginas, formato 19 x 25,5 cm e com capa cartonada, que custou R$ 14,95. Nessa edição, um encontro de Mickey com o coalho Oswald. Edição simplesmente tocante, com acabamento bem legal.

Disney Gigante – Edição em preto e branco, de com 240 páginas, formato 21 x 30 cm e preço de R$ 14,95, que parece não ter agradado aos fãs, já que foi cancelada e era prevista como semestral. As histórias, porém, foram maravilhosas, retratando o dia a dia de grandes bandidos de Patópolis.

Coleção Disney Gol – 4 edições quinzenais, de 164 páginas a R$ 8,95, com HQs de futebol e textos em comemoração à Copa América. Parece ter sido um sucesso, já que a Abril planeja uma série nos mesmos moldes referente às Olimpiadas de Londres/2012.

As Novas Aventuras de Donald Duplo – 2 edições, com 160 páginas e preço de R$ 9,95, que complementaram as primeiras aventuras do agente secreto, publicadas em Aventuras Disney.

Escoteiros Mirins - Sempre Alerta – Para comemorar os 60 anos dos Escoteiros Mirins, a Abril lançou uma edição especial, com mais de 200 páginas e uma capa pra lá de especial, a R$ 12,95. Na análise de pontos positivos e negativos analisarei essa edição.

Disney Jumbo – Para finalizar o ano com chave de ouro, Disney Jumbo chegou trazendo uma seleção de histórias de várias escolas e períodos, em suas mais de 500 páginas, a um preço camarada de R$ 15,95.

Ainda em 2011, uma coleção bem especial: pela primeira vez, todas as HQs de Pateta faz História são publicadas no Brasil, nos moldes da coleção CLD, em 20 volumes.
Junto às edições especiais, houve um fortalecimento das edições mensais, com o surgimento de Pateta e Minnie, ambas com 50 páginas e no mesmo formato de Mickey e Pato Donald. Além disso, Disney Big, conforme já dito, virou bimestral e entrou em um dos pacotes de assinatura, os almanaques começaram a sair regularmente e Natal Disney de Ouro teve a segunda edição nessa nova fase.
Na linha de adaptações e revistas da Pixar, tivemos ainda o lançamento de Piratas Do Caribe Navegando em Águas Extremas, em edição única, e edições duplas de adaptações de Toy Story, Carros e Os Incríveis.
Para 2012, as notícias são as melhores possíveis. Em entrevista ao programa HQ & Cia, da AllTV, o editor das HQs Disney no Brasil, Paulo Maffia, sinalizou várias novidades, algumas já confirmadas inclusive. São elas:

Walt Disney Apresenta – Esse título será bimestral e mesclará edições com conteúdo inédito e edições com republicações. Já estão confirmados para 2012 as seguintes edições: A História de Patópolis, Pateta Repórter, A Patada, Sir Lock Holmes, Donald Duplo e Mickey e as Crônicas do Planeta T. Simplesmente imperdível!!!

 Essencial Disney – Começando em março, essa coleção é inspirada na espanhola Série Oro (http://coa.inducks.org/publication.php?c=es/SO), e trará edições de 100 páginas temáticas, em volumes como “Donald e seu Carro 313” e “Tio Patinhas versus Patacôncio”. Também imperdível!!! 

Disney Olímpico e Coleção As Origens – Para comemorar as olimpíadas deve rolar uma coleção nos moldes de Disney Gol. Além disso, é planejada uma série com a origem de diferentes personagens Disney. Imperdível (também)!!!

Zé Carioca – Maffia confirmou ainda que a volta de histórias inéditas do Zé produzidas no Brasil DEVE acontecer em 2012.

Enfim, é impossível negar a evolução, já que ela é visível. No próximo post eu trarei números que comprovam como tudo mudou... pra melhor!